Helena Vereycken

Mares e Memórias

Apaixonada por artes, a fotógrafa Helena Vereycken conversou com a Obrah sobre fotografia, artes e a vida.

Conheça a artista.

Desde criança, sempre esteve em meio a desenhos, colagens e livrinhos de histórias que criava para satisfazer sua pequena alma de artista. Helena Vereycken seguiu, em parte sua intuição e em parte sugestão dos pais, e entrou em uma escola de artes quando saiu do ensino médio, ao invés de ir para uma universidade estudar línguas. Seus pais tinham certeza de que ela nunca seria plenamente feliz se não tivesse uma carreira criativa.

Carreira esta que hoje transita com destreza entre o design gráfico e a fotografia. Com uma câmera sempre à tiracolo, Helena não tem um ritual para fotografar. Busca apenas por uma luz perfeita e se deixa capturar pela beleza do não óbvio, pelo charme fugaz de um instante que seus olhos enxergam. Foi quando comprou uma câmera digital de segunda mão e fez suas primeiras tentativas que percebeu que realmente poderia levar isso para a vida.

"Fico empolgada e meu coração palpita toda vez que recebo um e-mail do laboratório, avisando que as minhas fotos foram reveladas", confessa com o entusiasmo de quem encontrou seu lugar no mundo.

Para Helena, fotografar um pôr do sol com o celular é trivial. É na limitação técnica da câmera analógica, ao capturar a rica paleta de cores do entardecer, que ela encontra o estímulo para ampliar sua percepção estética.

Baseada atualmente na Bélgica, Helena tem muitas conexões com outros países europeus e se aproveitou muito dessa facilidade. Fez intercâmbio em Londres, trabalhou na Espanha e explorou as maravilhas da Jordânia e do Sri Lanka. Entretanto, é o Marrocos que tem um lugar especial em seu coração. Tendo-o visitado duas vezes, ela planeja mais uma viagem para o país no próximo inverno europeu.

Além da câmera, a curiosa Helena é atraída pela imensidão dos oceanos, seja na fotografia ou no surfe, esporte que pratica em suas viagens ao redor do globo.

Uma das minhas memórias favoritas é no Marrocos. Era um fim de tarde, ano passado. Eu estava surfando com meu namorado e, quando o sol começou a se pôr, a maré mudou e, de repente, surgiram ondas incríveis! Na verdade, estávamos planejando sair da água, mas estava tão bom que eu fiquei dizendo "só mais uma!" e acabamos ficando até escurecer.

A artista coleciona conchas, como uma forma de levar um fragmento do oceano consigo, e acumula vivências ao se aventurar em diferentes países. Seu olhar artístico é nutrido por influências diversas. "Há muitos artistas que admiro! Eu realmente amo o trabalho de Pia Riverola e Mous Lamrabat", revela Helena, que também busca inspiração em pintores consagrados. "Frida Kahlo, Matisse, Joan Miró e David Hockney me inspiram muito", completa, mostrando como sua fotografia dialoga com diferentes expressões artísticas.

"Adorei a energia da América Latina", conta ela, que já viajou pela Costa Rica, mas ainda planeja uma jornada mais longa para conhecer o México e a América do Sul.

Acho que, por sonhar com isso há tanto tempo, acabei formando uma ideia desses lugares baseada em fotos e filmes que vi – talvez até tenha idealizado um pouco? Então estou muito curiosa para ver como será a experiência real quando finalmente for.